
04/10/2025
Autoconhecimento, Trabalho
Como encarar a mudança com consciência e proatividade
Muitos filósofos ao longo da história constataram que (em diferentes combinações de palavras) “a mudança é a única constante da vida”. Essa mensagem é tão difundida e até um pouco clichê por um bom motivo: a nossa vida é, essencialmente, feita de mudanças. Mudar é o espírito que movimenta o mundo em que vivemos e fundamenta nossa existência enquanto seres humanos.
Das muitas metáforas que podemos usar para defender essa ideia, tomemos como exemplo uma relativamente simples: pense nas variações do clima que experimentamos em um único dia. A mudança está em toda parte e nos cerca intimamente, gostemos disso ou não.
Lao Tsu, um dos mais renomados filósofos chineses da história e figura central na formação do taoismo (uma prática espiritual ainda popular), nos deixou este insight inspirador, que define de forma maestral a natureza da mudança:
“A vida nada mais é do que um encadeamento de mudanças naturais e espontâneas. Resistir a elas só nos causa sofrimento.”
Apesar disso, sabemos que mudar nem sempre é fácil. Porque, embora a mudança faça parte da ordem natural da vida, não podemos ignorar o fato de que, às vezes, ela pode acabar se revelando um processo extremamente caótico e difícil. Não raramente, nos sentimos desorientados e confusos ao longo dessa passagem de uma ruptura ou perda para um contexto totalmente novo e desconhecido.
É aqui que entra a importância da introspecção e do autoconhecimento. Olhe para dentro de você e reflita: Você gosta de mudanças? Acha que mudar é uma oportunidade de experimentar coisas novas? Ou sente que muitas vezes uma mudança pode ser dolorosa demais para ser apreciada? Qual é, enfim, o seu relacionamento com o ato de mudar e que emoções isso desperta em você?
Pensar em mudanças evoca uma série de emoções, e o padrão, a ordem e a intensidade dessa reação emocional serão diferentes para cada pessoa. Claro que o contexto da mudança em si impacta muito nessa relação, mas, acima de tudo, devemos focar na nossa relação inerente com a mudança e entender o que nos impede, pessoalmente, de vivenciar esse processo de forma mais serena e proveitosa.
A Curva da Mudança (Kübler-Ross, 1997).
Para compreender melhor esse processo, podemos nos basear na chamada Curva da Mudança, elaborada por Elisabeth Kübler-Ross, que sugere uma montanha-russa comum de emoções e processos psicológicos experimentada por todos nós durante alguma mudança significativa. Essa ferramenta foi originalmente elaborada a partir de um processo de luto pessoal da pesquisadora, que depois o compreendeu como algo comum a qualquer pessoa.
Uma reação inicial bastante natural a uma mudança, como podemos ver pelo gráfico, é o choque e a resistência. Entender que isso é normal nos ajuda não só a se familiarizar com as dinâmicas envolvidas nas mudanças, mas também a aprender como responder melhor a esses processos e a gerenciar nossa jornada de forma mais eficaz.
Nesse sentido, a mudança não é algo que simplesmente acontece conosco. Uma perspectiva mais poderosa que se coloca aqui é considerar que podemos ser, de fato, agentes de mudança. Quanto mais incorporamos a mudança que queremos ver, mais impactamos e moldamos o mundo ao nosso redor de forma consciente e propositiva.