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O tempo é mais importante que dinheiro

O tempo é mais importante que dinheiro

Embora digamos que o tempo é precioso, nossas ações revelam nossas verdadeiras prioridades: dedicamos uma parte enorme da nossa existência consciente a ganhar e tentar acumular dinheiro. Temos uma noção detalhada e definida de contabilidade financeira, enquanto o tempo se esvai invisivelmente. 

Autor de “Reflexões da Minha Cabana”, Kamo no Chōmei, por outro lado, tinha uma percepção aguçada do valor de seu próprio tempo. Sem interrupções, impedimentos ou deveres, ele afirmava: “posso escolher descansar e relaxar como quiser, não há ninguém para me atrapalhar ou envergonhar”. Ele tinha tempo para praticar tocar o biwa (alaúde): “Minhas habilidades são ruins”, admitia. Mas ele não tinha plateia e não estava tentando agradar ou impressionar ninguém: “Toco sozinho, canto sozinho, simplesmente para meu próprio contentamento”. Lia e relia os mesmos livros preferidos, que acabava quase decorando palavra por palavra. Tinha tempo para refletir, escrever, meditar, fazer longas caminhadas e passar horas contemplando a lua. 

Nascido no Japão, por volta de 1155, Chōmei tinha atividades autodirecionadas: ele as fazia simplesmente porque as achava agradáveis, não porque alguém lhe havia pedido para fazer ou porque eram esperadas de alguém civilizado. Ele só tinha esse luxo porque havia desconsiderado o sentido do dinheiro e a busca de status tão fortemente conectada a ele. Teoricamente, Chōmei poderia ter encontrado um trabalho, mesmo que com pouca qualificação, mas preferiu reduzir suas despesas a zero em nome de algo verdadeiramente valioso: seu tempo. 

Em resumo: Chōmei tinha encontrado o seu particular sentido da vida. Ao nosso redor, todos nós temos várias razões para viver. O que acontece é que, às vezes, elas estão fragmentadas e sem rótulo.

Texto: The School of Life

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By The School of Life

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