01/12/2018
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Inteligência Emocional
Emoções Não Processadas
Há sentimentos que existem de forma “não processada” dentro de nós. Muitas preocupações, por exemplo, talvez permanecem rejeitadas e sem interpretação e se manifestem como uma forte ansiedade sem direção. Sob sua oscilação, podemos sentir uma necessidade compulsiva de nos mantermos ocupados, com medo de passar um momento sozinhos ou nos agarrar a atividades que garantam que não encaremos
o que nos assusta (isso inclui pornografia na internet, acompanhar as notícias ou se exercitar compulsivamente). Um tipo semelhante de rejeição pode acontecer com relação à dor. Alguém pode ter abusado de nossa confiança ou violado nossa autoestima, mas somos levados a fugir e não reconhecer honestamente um grau espantoso de exposição e vulnerabilidade. A dor está em algum lugar ali dentro, mas, na superfície, adotamos uma alegria frágil – por ser a tristeza que não conhece a si mesma, nos amortecemos quimicamente ou então adotamos um tom cuidadosamente não específico de cinismo, que mascara a ferida específica que foi feita em nós.
Pagamos um preço alto por não conseguirmos “processar” nossos sentimentos. Nossa mente fica cada vez menos original devido a uma apreensão histórica quanto a seu teor. Ficamos deprimidos com tudo porque não conseguimos ficar tristes com uma coisa específica. Não conseguimos mais dormir, pois a insônia é a vingança de todos os muitos pensamentos que deixamos de processar no dia.
Precisamos ter compaixão por nós mesmos. Evitamos processar emoções porque sentimos que elas são muito contrárias a nossa autoimagem, muito ameaçadoras às ideias de normalidade de nossa sociedade e muito contrastantes com quem gostaríamos de ser. Uma atmosfera favorável ao processamento seria aquela na qual as dificuldades de ser humano fossem calorosamente reconhecidas e benevolentemente aceitas. Não conseguimos nos conhecer não por preguiça ou simples negligência, mas porque dói muito.
Processar emoções exige ter bons amigos, terapeutas hábeis e momentos de ritual como a Meditação Filosófica, em que nossas defesas normais podem ser deixadas seguramente de lado e um material desconhecido é separado para investigação.
O resultado de processar nossas emoções é sempre um alívio de nosso humor geral, mas, primeiro, devemos passar por um período de luto – na nossa autoconsciência -no qual reconhecemos gradualmente que, em uma ou outra área, a vida simplesmente é muito mais triste do que gostaríamos que fosse.