07/13/2018
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Virtudes do Brasil
Para as próximas semanas, a The School of Life traz, em parceria com o projeto Novos Para Nós, cinco pôsteres que traduzem Virtudes do Brasil.
Renan Quevedo, idealizador do projeto e palestrante aqui na escola, viajou mais de 27 mil quilômetros pelo País pesquisando a cultura popular e pensou os pôsteres com elementos que captou durante essa jornada: fachadas de casas ribeirinhas, elementos gráficos de sinalização, barcos, comércio popular, entre tantos outros exemplos. Já as frases foram encontradas em lugares pela estrada e dentro de pessoas: sabedorias e inteligência emocional que divide com nós. São eles:
– É preciso sorte e juízo.
– Viva e deixe eu viver.
– Se tu lutas tu conquistas.
– Quem muito viaja uma hora chega.
– Fazemos força em geral.
Quando somos impactados – e um tanto quanto inibidos – por essas palavras, entendemos que há muito aprendizado popular a ser adquirido. É fácil lembrarmos de Guimarães Rosa: “E eu – como é que posso explicar ao senhor o poder de amor que eu criei? Minha vida o diga.”. E não é só sobre amor, eles também carregam conquistas, problemas, coragem, trabalho, relações, persistência, vivências.
Essas frases são convites a serem aprendidos e trabalhados. São virtudes que provém de um Brasil profundo sem limites para as suas riquezas.
Os pôsteres, em edição super limitada, com tamanho 42x60cm, estão à venda na sede da The School of Life por R$ 150,00 cada – de 2a. à 6a das 10h30 às 18h30. Também estão disponíveis em todas as nossas aulas e eventos, enquanto durarem os estoques.
Para solicitar o(s) seu(s), mande um e-mail para [email protected]
Nós entregamos na capital paulista mediante taxa de R$ 30,00 e enviamos para todo o Brasil, às sextas-feiras. Para envio postal entre em contato e informe o seu cep.
Outras peças e histórias:
ZEZINHA
Empoderamento feminino + artesanato = Zezinha. Aos 10 anos começou a moldar o barro por necessidade pois precisava sobreviver. Os anos se passaram, a artesã se casou com Ulisses, e o marido conseguiu emprego na lavoura no interior de SP. “Ele viajava em abril e só voltava em dezembro. Eu ficava sozinha e os dias eram longos demais. Pensei em largar o barro, mas ia viver do que? Aí me dediquei pela força que as pessoas me davam.” Hoje, com 49 anos, Zezinha é referência no artesanato do Vale do Jequitinhonha (MG) e do Brasil. Assume a frente dos artesãos locais e encabeça um grupo de 55 pessoas que hoje ganham a vida fazendo peças de barro. Entendemos que a história da artesã traduz à risca o conceito de ‘sacrifício’ proposto por Alain.
ZÉ BEZERRA
Mora em uma casa revestida de barro e decorada de pedras, localizada em um lugar mágico: o Vale do Catimbau (PE). Sua arte é considerada por muitos quase-rupestre, o que justifica muita coisa: além de serem encontradas pinturas da mesma espécie pela região, as grandes montanhas de pedras carregam nomes de animais – aí fica fácil de entender o imaginário do artista. Ele anda pela mata na divisa do agreste com o sertão pernambucano em busca de troncos caídos. Vê um pedaço de madeira e exclama: “Tá vendo aqui um urutau?” e, se você quiser, a resposta é sim (mas só se entender, de fato, seus índices e precedentes). Depois chega a hora da zabumba e a festa tá feita. Compõe livremente estrofes animadas e narra a história de sua vida, não hesitando em dizer “sou feliz”. Hoje em dia, sua arte alcançou o exterior – tendo exposto na Fundação Cartier – e é celebrado por muitos colecionadores. Zé Bezerra carrega os traços da ‘autoconsciência’, virtude da era moderna.
NEGUINHA E NANAI
Inicialmente trabalhavam fazendo travessas de barro e ganhavam 40 reais pelo cento dos utilitários. Pra conseguir fazer 100 peças precisavam do mês todo – pensem na sobrevivência. Mesmo contrariados, entenderam que o ritmo de produção seria inviável e decidiram inovar. Romperam com a tradição local e Neguinha fez uma xícara com pires com as bordas enfeitadas que foi vendida por um preço melhor. Se animaram e criaram novas peças até chegarem na atual forma das cabeças que estão tomando conta dos projetos de decoração pelo mundo. Neguinha e Nanai representam a ‘confiança’ que a The School of Life acredita.