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O Pensamento Estratégico

O Pensamento Estratégico

Há uma diferenciação fundamental a ser feita entre dois tipos de pensamento: descobrir o que gostaríamos de conseguir e desvendar como conseguir. Em outras palavras, há uma diferença principal entre estratégia, por um lado, e execução, pelo outro. Estratégia é uma questão de determinar nossas metas gerais e execução forma tudo o que se segue assim que decidimos: as atividades práticas necessárias para colocar nossos planos em ação.

É natural presumir que todos instintivamente passaríamos muito tempo na estratégia antes de voltarmos nossa atenção à execução – já que, não importa o quanto sejamos bem-sucedidos em executar nossos planos, o que realmente conta é ter os planos certos desde o começo. Nossos resultados só podem ser tão bons quanto os objetivos que nos levaram a eles.

No entanto, há um aspecto paradoxal na forma como nossas mentes funcionam: como regra geral, somos muito melhores na execução do que na estratégia. Parecemos ter uma energia inata para enfrentar obstáculos a nossas metas e uma resistência igualmente inata a parar para entender quais deveriam ser essas metas. Preferimos voltar toda a nossa atenção à mecânica, aos meios e às ferramentas e não à questão orientadora dos fins. Somos quase alérgicos às grandes perguntas de primeira ordem: o que estamos essencialmente tentando fazer aqui? O que atenderia melhor à nossa felicidade? Por que deveríamos nos importar? Como isto está alinhado com o real valor?

Há consequências trágicas a esta devoção excessiva à execução. Ficamos cegos e esgotados em nome de metas elusivas, nós nos acorrentamos a cronogramas, prazos e metas de desempenho – mas, enquanto isso, evitamos perguntar do que realmente precisaríamos para prosperar e muitas vezes aprendemos, ao final de uma vida inteira de esforço sobre-humano, que tínhamos os destinos errados desde o começo.

Mesmo na vida cotidiana, fazer perguntas estratégicas pode parecer cansativo e estranho. Perguntar “de que adianta fazer isto?” é fácil de confundir com uma negatividade provocadora. Se desafiarmos nossos conhecidos com algum grau de seriedade com perguntas como “O que são boas férias?” ou “Para que serve um relacionamento?”, “O que é uma conversa satisfatória?” ou “Por que queremos dinheiro?”, corremos o risco de parecer absurdos e pretensiosos – como se perguntas tão grandes fossem, por definição, impossíveis de responder.

Elas tendem não ser – o perigo está em nunca ousar em fazê-las com o vigor suficiente no início. Já temos muitas informações fragmentárias, desorganizadas, mas importantes, mas que poderiam nos ajudar a progredir com os dilemas estratégicos maiores.

Já tiramos férias suficientes e fizemos vários passeios para compras, já tivemos algumas relações e passamos por algumas mudanças de carreira, tivemos a chance de observar a conexão entre o que fazemos e como nos sentimos – então, ao menos em teoria, coletamos o material necessário do qual tirar conclusões ricas sobre nossa felicidade e nosso propósito, sobre o significado e os fins humanos certos. Temos os dados; o desafio é processá-los na peneira das perguntas maiores.

Deveríamos ousar mudar a ênfase de nosso pensamento da execução para a estratégia.

Veja o calendário completo aqui.

By The School of Life

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