02/03/2020
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Mudança de Hábito
Olhe para aquela pessoa que você sempre admirou. Como consegue dar conta de tudo? A vida dela está cheia dos melhores tipos de hábito. Ela viaja todo final de semana, sempre chega pontualmente ao trabalho, depois de ter ido à academia, sempre manda mensagens educadas de agradecimento, nunca atrasa entregas. Sua casa sempre parece impecável, ela nunca pede comida no delivery e sempre agenda todas as consultas médicas com antecedência.
Tendemos a ver isso como um tipo de personalidade. Imaginamos que essa pessoa sempre foi assim; que, talvez, seja um tanto admirável às vezes (sua vida profissional parece mais tranquila), mas também um pouco esquisita. Só nos resta observar e questionar.
Em geral, seres humanos são muito bons em adquirir hábitos e, essencialmente, hábitos são coisas ao redor das quais não precisamos fazer muito esforço; eles se tornam naturais, fazemos sem pensar muito, mas chegar lá pode envolver um exercício doloroso de vontade. Precisamos nos forçar a fazer as coisas contra a resistência interna. Precisamos nos forçar a sair da cama mais cedo ou a trabalhar offline. É tentador não fazer isso. É esforço demais, normalmente no exato momento em que nos sentimos esgotados. A questão é que diversas forças culturais conspiraram para fazer a formação de hábito parecer uma empreitada nada impressionante e empolgante.
É sabido que os militares há muito tempo exploram a ideia de verificação como parte da formação do hábito. Inicialmente, quando você ainda pode hesitar em passar sua roupa e desejar não precisar engraxar tanto os sapatos, alguém muito difícil de agradar é enviado para inspecionar, mas se presume que isso não precisará continuar para sempre. Em vez disso, a maioria das pessoas internaliza suas ambições. Assim, anos depois de entrar para a vida civil, continuam usando roupas extremamente bem passadas e sapatos lustrosos. O simples fato de se reportar a outra pessoa nos dá uma injeção minúscula, mas necessária, de determinação para aderirmos a algo no momento em que estamos mais propensos a desistir. Desta forma, o hábito ganha um pouco mais de tempo para ser incorporado.
A solução para desenvolver hábitos parecerá um pouco estranha, mas tudo bem… Isso é um sinal de que estamos deixando para trás algumas visões um tanto erradas, mas muito disseminadas, sobre como as coisas são feitas. Em um mundo no qual a ineficiência é a norma, ser uma pessoa eficiente envolverá o aprendizado de outras formas de se comportar.
Mudar um hábito não é fácil: é necessária uma investigação cuidadosa de si mesmo e estratégias eficientes que ajudem a criar o contexto certo para esta mudança.
Texto do The Book of Life
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