Uma das coisas que separam as pessoas confiantes das outras é a noção do quanto pode ser viável mudar o status quo. Em geral, quem não é confiante acredita que a História acabou, que não é possível se adaptar, enquanto as pessoas confiantes acreditam que ela ainda está em processo de criação e que são parte desse processo.
A forma como chegamos ao mundo traz consigo um viés inerente em direção a uma impressão de que o status quo existe desde sempre. Tudo à nossa volta conspira para transmitir uma sensação de permanência. O resultado é um receio profundo de imaginar alternativas. Não adianta começar um novo negócio, porque o mercado já deve estar cheio. Por que aceitar mudanças no escritório ou lançar uma nova abordagem às artes, uma vez que tudo já está definido e tem um padrão? Como dar credibilidade a uma nova ideia?
Quando estudamos História, no entanto, o cenário muda drasticamente. Quando paramos para estudá-la notamos que a mudança parece ser constante. Novos continentes são descobertos, outras formas de governar nações são criadas, ideias sobre o trabalho, sobre como se vestir e a quem adorar são transformadas.
Saímos disso tudo sabendo, pelo menos em teoria, que as coisas mudam, mas, na prática é difícil mudar. Sentimos que a História é o que costumava acontecer; não pode ser o que está acontecendo ao nosso redor aqui e agora. As coisas se acalmaram – perto de nós, pelo menos – e não conseguiremos mudar ou nos adaptar à mudança.
O mundo está sendo feito e refeito a cada instante. Portanto, qualquer um de nós tem uma chance teórica de ser um agente na História, em grande ou pequena escala. Há em nossa época a oportunidade de construir uma nova cidade tão linda quanto Veneza, mudar ideias tão radicalmente quanto o Renascimento, iniciar um movimento intelectual ou simplesmente fazer parte de uma nova onda de mudanças no escritório, no nosso jeito de viver e aceitar.
O presente tem toda a contingência do passado e é igualmente maleável, não deveria nos intimidar, mesmo com uma resistência inicial. O primeiro passo é aceitar que a mudança é inevitável. O próximo passo é aprender a acolher a mudança, concentrando-se e aproveitando ao máximo os aspectos positivos que ela cria. Deveríamos confiar em nosso poder de nos unirmos à corrente da História e mudar seu curso, mesmo que modestamente.
Texto: The Book of Life
By The School of Life
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