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7 Boas Ideias da Psicologia

7 Boas Ideias da Psicologia

1.

Sigmund Freud – Desejos reprimidos não são errados

 

A fonte de nossas repressões é muitas vezes a sociedade e seus padrões, mas também, conexões errôneas entre ideias que adquirimos durante nossa infância… Você tem dificuldade de unir amor e sexo? Ou trabalho e bem-estar? Imagine entender que uma dificuldade em unir sentimentos profundos e desejos carnais vem do fato de que aprendemos sobre o amor com nossos pais, logo, concluímos erroneamente que não podemos relacionar ao amor, o erotismo – Sigmund Freud exemplifica. Talvez não consigamos equilibrar produtividade laboral com tempo de lazer por termos sido pressionados, durante a infância, a obedecer ordens alheias mais do que escutar nossas próprias vontades: de brincar, correr, pular, chorar, reclamar, ou até mesmo de fugir. Sua vontade de largar tudo e viver um ano sabático não é errada, ela pode só refletir uma infância com falta de liberdade. Ou a sua dificuldade em unir amor e sexo não significa que você não saiba amar, mas talvez, que você aprendeu sobre sexo de maneira repressora, ou sobre amor de maneira ingênua.

 

2.

Carl Jung – Provoque você mesmo e aprecie o que aparece

 

Existe muito de nós mesmos que não conhecemos. Ao enfrentar algumas perguntas, conflitos ou angústias, podemos nos pegar sem saber como reagir, nos sentindo completamente travados. Como se a parte de nós que fosse responsável por reagir àquele tipo de situação estivesse omitida de nós mesmos.

É exatamente nesse momento que devemos olhar para esse buraco, e buscar o que está lá no fundo. Travar não é um problema, é o ponto de partida da solução.

É algo como isso que Carl Jung busca em seu “teste de associação de palavras”. O teste revela uma lista de palavras diversas, a cada palavra devemos responder com outra – a primeira que vier em mente. Um compromisso consigo mesmo, de abraçar a primeira reação que surgir, por mais inaceitável que ela pareça ser, é o que pode nos fazer descobrir novas camadas de nós mesmos. A vida não é exatamente uma lista de palavras soltas, mas é um compilado de situações, muitas vezes inusitadas. Se, ao nos expormos a essas situações, entendermos que é normal não saber como reagir, podemos também passar a ter calma de investigar nossas reações internas – nos conhecendo e nos apreciando mais profundamente.

 

3.

Donald Winnicott – Ser bom suficiente já é bom demais

 

Em busca da formação de vínculos amorosos, podemos acabar nos cobrando muito. No entanto, o amor não está em querer mostrar o melhor de si, mas sim em olhar além e se entregar ao ato de se relacionar com o outro. Querer ser bom é importante, mas não focar no seu próprio querer é mais ainda – isso, como diz Donald Winnicott, já é ser “bom suficiente”. A base de sua pesquisa é a importância dos pais no desenvolvimento de uma comunidade feliz. Ao mesmo tempo que o psicanalista sugere diversas dicas de como criar filhos – “lembrar-se da vulnerabilidade de seu filho”, “deixá-lo sentir raiva”, ou “não podar suas vontades” – ele também reforça a ideia de que uma mãe, ou um pai, não deve se cobrar tanto, e de que nós não devemos culpá-los por todos os nossos problemas. Criar um ser humano é uma tarefa extremamente difícil, fazer isso com amor já é “bom suficiente”.

 

4.

Anna Freud – Tentando nos proteger, podemos nos perder

 

Tomamos muitas atitudes com o objetivo de nos preservar, mesmo às vezes não sabendo que temos esse intuito. Se nesse processo acabamos nos isolando, evitando conexões interpessoais, e reforçando medos, não é porque queremos. Os mecanismos de defesa que acabam não nos protegendo foram criados porque em algum momento não fomos protegidos, não porque simplesmente queremos nos fechar. Anna Freud estima que agimos de maneira defensiva pelo menos cinco vezes ao dia, mas também que reconhecer isso já é o caminho para voltar a se abrir. Quando negamos ideias negativas, projetamos nossos sentimentos malquistos nos outros, nos rebaixamos para justificar sermos mal-tratados, evitamos problemas através de fantasias ou distrações, ou culpamos os outros por nossos erros, entre outros mecanismos de defesa, podemos nos tornar inconvenientes ou irritantes. No entanto, isso não significa que somos pessoas chatas, irritantes ou perversas, mas que estamos simplesmente tentando nos proteger de maneiras não efetivas. Se virmos nossos comportamentos inconvenientes como apenas reflexos de tentativas de autopreservação, podemos ser mais gentis com nós mesmos – nos cobrando menos, e tendo mais clareza de como podemos realmente nos proteger.

5.

Jacques Lacan – Podemos relaxar, todos nós somos incompreendidos

 

Todos nós temos desejos esquisitos, sonhos mirabolantes, e fantasias ilusórias. Você já sentiu que ninguém entendia sua forma de viver, querer e pensar? Já ficou tenso tentando explicar suas opiniões? Triste ao expressar suas angústias? Ou apreensivo ao declarar seus sentimentos? Nós nunca seremos totalmente compreendidos da forma que queremos, ou pelo menos é assim que pensava Jacques Lacan, e isso não precisa ser motivo de angústia, mas de consolo. Não precisamos ficar tensos ao examinar nossas singularidades, mas sim tranquilos de que ninguém se entende ou entende os outros completamente, e de que nisso estamos juntos. Ao invés de ficarmos nervosos ao tentar nos conectar com os outros, podemos ficar tranquilos de que o outro também tem seus medos. Não necessariamente iremos nos compreender profundamente, mas podemos nos reconhecer nas incompreensões dos outros.

 

6.

Melanie Klein – Nossos defeitos e qualidades se complementam

 

Você já se frustrou profundamente com alguém que você ama loucamente? Já desistiu de uma ideia brilhante por ser muito trabalhosa? Já se achou um grande sucesso ao mesmo tempo que se sentia fracassado? Quando éramos bebês, a mesma mãe que nos amamentava era a que nos deixava esperando. Mas ela não deixava de ser boa por demorar, nem deixava de ser demorada por finalmente chegar. Melanie Klein explica que quando entendemos esse conceito, podemos finalmente cobrar menos da vida, dos outros, e de nós mesmos. Reconhecer esses sentimentos ambivalentes pode ser frustrante, algo como um sinal de que a vida é mais difícil do que você acreditava, mas o fato de que você enxerga esses paradoxos também mostra que você finalmente vê a vida em sua totalidade, e isso te ajuda a viver de forma mais fluida. Não se abalando tanto por momentos negativos, nem se apegando demais aos bons.

 

7.

John Bowlby – Nossos apegos e aversões não foram exatamente criados por nós

 

Você já se viu apegado demais, ou se abrindo de menos, quando tudo que você buscava era um relacionamento estável? Por que fazemos isso? Não conseguimos somente aproveitar o ritmo do que está florescendo? A questão é que o ritmo em que vivemos nossas relações foi estabelecido para nós quando éramos crianças, pelo ritmo em que nossos pais nos davam atenção, ou deixavam de nos dar. Se, quando crianças, nos sentíamos sozinhos e desamparados, podemos lidar com tais sentimentos de duas maneiras: resolvemos cuidar de nós mesmos, entendendo que ninguém fará isso por nós, nos fechamos para os outros, vendo-os apenas como possíveis ameaças de abandono, ou podemos acabar pedindo por mais atenção, mais afeto, mais segurança, virando reféns de nossas carências, nos desesperamos pela presença do outro, e podemos até sufocá-lo com nossos pedidos. John Bowlby entende que nossa forma de se relacionar é uma resposta direta de como nossos pais se relacionaram conosco. Isso não quer dizer que sua infância dita seus relacionamentos atuais, mas que podemos entender nosso comportamento de hoje através do que sentíamos quando éramos crianças, tirando um certo peso de culpa de momentos em que afastamos, sufocamos, controlamos, ignoramos, ou descuidamos do outro. Não é nossa culpa termos criado certos padrões de comportamento, mas é um presente podermos aprender como mudá-los.

 

 

Mesmo quem não se interessa por psicologia é constantemente afetado por seus objetos de estudo. Viver é lidar com pessoas e seus comportamentos, inclusive o seu próprio. Não é surpresa para ninguém que pessoas são estranhas, mas pode ser surpreendente entender as raízes de tais estranhezas. Algumas descobertas podem ser cômicas, e outras, trágicas, mas o mais importante dessa jornada de auto análise é entender que há um motivo de sermos como acabamos sendo, e que isso não é uma sentença para ser eternamente assim, mas um consolo para os momentos em que nos decepcionamos com a vida, com nossos amigos, parceiros, familiares, ou até com nós mesmos. Aqui, olhamos para como sete dos mais influentes psicoterapeutas podem nos ajudar com alguns de seus pensamentos:

 

As estranhezas do nosso comportamento não são, afinal, tão estranhas assim!

 

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By The School of Life

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