09/20/2024
Autoconhecimento, Relacionamentos
Por Que Ignoramos Tantos Alertas?
Red flags são alertas, “bandeiras vermelhas”, dentro de um relacionamento. Comportamentos do outro que deveriam ser inaceitáveis. No entanto, às vezes, ao olhar para tais atitudes de nossos parceiros ou potenciais parceiros, decidimos fazer algo surpreendente: absolutamente nada.
Seguimos aprofundando o relacionamento, e talvez até construindo uma vida inteira com a pessoa. A pergunta que queremos levantar é: Por que nossa habilidade de reagir a atitudes tóxicas está tão atrofiada? Como conseguimos ignorar alertas tão gritantes? Os comportamentos que decidimos aturar podem estar diretamente vinculados ao tipo de infância que tivemos.
Para sermos mais sábios observadores destes sinais, precisaríamos ter crescido com a impressão de que a nossa felicidade, segurança e bem-estar eram temas de extrema importância para outra pessoa – espelhando esse comportamento, aprendemos a valorizar nossas próprias necessidades. Mas muitos de nós não cresceram com essas condições emocionais.
Imagine uma família com um pai que não nos ouvia, uma mãe que não nos enxergava e um irmão mais velho totalmente opressor; uma família onde a mentira era a norma e onde comportamentos tóxicos eram meticulosamente varridos para debaixo do tapete. Poderíamos ter nos mantido atentos aos “sinais de alerta” neste tipo de contexto? Não tínhamos referências do que seria uma família saudável. O que poderíamos ter feito se tivéssemos avistado uma, dez ou centenas dessas tais bandeiras? Chamaríamos a polícia, alertaríamos nossos amigos, confrontaríamos nossos agressores? Éramos novos demais, ingênuos demais, éramos crianças na época. A nossa sobrevivência dependia precisamente de não vermos, ou de até mesmo interpretarmos como culpa nossa, quaisquer dinâmicas problemáticas que pudessem existir ao nosso redor.
Instintivamente optamos por nos concentrar nos momentos agradáveis – as férias na praia, a bicicleta que ganhamos, as brincadeiras que fazíamos. Ignoramos os alertas de toxicidade para continuarmos acreditando no acolhimento que precisávamos receber de nossas famílias. O problema é continuar com essa dinâmica em nossos relacionamentos amorosos do presente.
O primeiro passo para a mudança é reconhecer nossas peculiaridades e dificuldades. Por mais inteligentes que sejamos em algumas áreas, nos relacionamentos, sofremos de uma intensa ‘atenção seletiva’. Não queremos olhar para os problemas, pois talvez nunca tenhamos sido amados o suficiente para sentir que merecíamos não tê-los.
Precisamos começar a nos fazer algumas perguntas que nos soam extremamente simples ou até ingênuas: estamos sendo bem tratados? Concordamos com o que está acontecendo em nossas vidas? Temos coragem de reclamar? Estamos felizes?
Para muitos de nós, estas podem ser questões óbvias e naturais. Para outros, é o início de um novo olhar para si – um olhar de mais cuidado e mais ternura sobre o que (ou quem) queremos ou não incluir em nossas vidas.
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