A Arte de Viajar para Dentro

RENASCENÇA PSICODÉLICA: A ARTE DE VIAJAR PARA DENTRO

Estamos vivendo um momento histórico. As pesquisas sobre “Psicoterapia Assistida por Psicodélicos” (PAP) despontam na vanguarda do cuidado à saúde mental. Esse campo está em plena expansão e é fascinante. Os resultados são bem promissores para uma variedade de transtornos mentais.

Neste encontro online vamos falar sobre como psicodélicos vêm sendo utilizados nessas pesquisas para promover profundas viagens para dentro. A ciência psicodélica vem indicando que viagens para dentro, em estados não ordinários de consciência, se realizadas em contextos com os devidos cuidados, podem catalisar autoconhecimento, alívio de sofrimento e um viver com mais significado.

Para entender sobre a ciência e a arte de viajar para dentro com substâncias psicodélicas, vamos falar sobre o que são os psicodélicos, seus efeitos comuns e potenciais riscos do uso dessas substâncias. Vamos fazer uma breve viagem no tempo, desde o uso ancestral dessas substâncias pela humanidade, em rituais para vivências espirituais e para fins de cura, até a descoberta pela ciência ocidental moderna do potencial terapêutico dessas substâncias e o florescimento das pesquisas clínicas com medicinas psicodélicas nas décadas de 50 e 60 (com dados muito promissores já naquela época para tratar diversos sofrimentos mentais) e a posterior criminalização do uso de psicodélicos por razões políticas e não baseadas em ciência interrompendo todo esse campo promissor de pesquisa.

Depois de quase meio século de proibição estamos vivendo a Renascença Psicodélica e ela vem sacudindo a Psiquiatria e a Psicoterapia. São dados muito promissores indicando que diferentes psicodélicos podem ser eficazes e seguros no tratamento de diversos problemas de saúde mental. Por exemplo, o uso de MDMA (“ecstasy”) para Transtorno de Estresse Pós Traumático; Psilocibina (“cogumelos mágicos”) para depressão resistente a tratamento, abuso de álcool, tabagismo e sofrimento em pacientes com câncer em estágio terminal; DMT (“Ayahuasca”) para depressão resistente a tratamento e dependência química; Cetamina para depressão resistente a tratamento e LSD (dietilamida do ácido lisérgico) para ansiedade associada a doença com risco de vida.

Conversaremos sobre como as viagens para dentro são promovidas no contexto das pesquisas em “Psicoterapia Assistida por Psicodélicos” e como uma viagem introspectiva, para ser terapêutica, é uma arte que depende de engajamento ativo do terapeuta e do viajante antes, durante e depois da viagem. Essa arte de saber viajar inclui, inclusive, discernir quando é hora de só confiar e deixar a viagem acontecer.